sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O QUE É O EVANGELHO

1. Por que algumas pessoas nas igrejas evangélicas permanecem não salvas ?
A primeira razão, é a maneira como o Evangelho é apresentado. Muitos crentes dedicados apresentam o Evangelho de tal maneira que pessoas descrentes e não-preparadas não compreendem que merecem só julgamento de Deus, que salvação é uma obra completamente de Deus e que pecadores não são capazes de contribuir em nada para a sua própria salvação.
Em Romanos 1:3 diz que o Evangelho é a boa nova de Deus sobre Seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. Deus nos assegura "...que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:3-4).

2. O Evangelho é, antes de tudo, sobre Cristo.
É a mensagem da obra histórica e concluída de Deus por meio de Cristo. O Evangelho é uma obra divina. Cristo era o "... ferido de Deus...". "...Ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar...". O Senhor Jesus ofereceu "...sua alma como oferta pelo pecado..." (Isaías 53:4,10).Muitos confundem o Evangelho,
1. A OBRA DE DEUS POR NÓS EM CRISTO, com
2. A OBRA DE DEUS EM NÓS PELO ESPÍRITO SANTO.

Não é sobre a mudança que precisa ser feita em nós, e não ocorre dentro de nós. Foi concluído em Cristo, bem à parte de nós, há quase dois mil anos a-trás. O Evangelho não depende de forma alguma do homem. Ele fica distor-cido quando nós fazemos as pessoas olharem para o que precisa ser realizado dentro delas. Nós não fomos nem podemos estar envolvidos em nenhum as-pecto da obra histórica, consumada e redimível de Cristo. O pecador precisa ser ensinado a olhar para fora de si mesmo e confiar somente em Cristo e em Sua obra de salvação.

Exemplo 01 - Artigo escrito por missionários que verdadeiramente são salvos e muito sinceros, porém, o modo que apresentaram o Evangelho foi incorreto. Nesse artigo eles estão relatando uma conversa que tiveram com uma pessoa tribal. Escreveram o seguinte:

 "Toda quarta-feira à noite nós visitamos os pais de Biaz. Lemos uma parte de Gênesis, depois falamos um pouco sobre o que lemos e fazemos perguntas. Uma noite, Biaz nos disse: 'Estou com muito medo porque o mal está dentro de mim e eu não quero que Deus me lance dentro do fogo” Fica claro pelo que escreveram até este ponto que Biaz era uma alma preparada para o Evangelho.


a) Houve um reconhecimento de pecaminosidade pessoal b) e um temor do julgamento de Deus. Porém, qual foi a resposta dos missionários? Disseram a Biaz: "Se você pedir para Jesus lançar fora o mal do teu coração e te dar o Seu Espírito, então pertencerá a Ele e não haverá mais necessidade de temer, e você irá para Ele."

b) Em vez de contar a Biaz a mensagem histórica e objetiva do Evangelho como a completa provisão de Deus para o pecado dele e para o julgamento vindouro de Deus, eles fizeram Biaz olhar para o que precisava acontecer por dentro. O que ensinaram a Biaz não foi o Evangelho.


Multidões de pessoas que estão hoje freqüentando as igrejas acreditam que são crentes porque foram à frente, atendendo ao apelo de um pregador

2. Terminologia não-bíblica
Nós distorcemos e confundimos o Evangelho na mente das pessoas quando tentamos apresentá-lo usando terminologia que focaliza sua atenção no que PRE-CISAM FAZER, em vez de no que Deus TEM FEITO por elas em Cristo. 

Devemos usar palavras ou frases que venha conduzir pecadores arrependidos a confiar naquilo que foi feito POR ELES através de Cristo. não focalizar sua atenção no que deve ser feito DENTRO DELES.
VAMOS ANALIZAR ALGLUMAS EXPRESSÕES

VAMOS PENSAR EM ALGUMAS EXPRESSÕES E SEUS SIGNIFICADOS
 Aceite Jesus em seu coração.
 Dê seu coração a Jesus.
 Entregue sua vida a Cristo
 Abra a porta do seu coração ao Senhor.
 Peça a Jesus para lavar seus pecados.
 Faça sua decisão por Cristo.
 Peça a Jesus para dar-lhe vida eterna.
 Peça a Deus para salvá-lo.

 3. Estas frases modernas e comuns confundem o entendimento das pessoas quanto ao Evangelho. Enquanto preparamos pessoas para o Evangelho, precisa-mos conduzi-las ao ponto onde reconheçam que não são capazes de fazer nada. Mas, mesmo as pessoas entendendo sua própria incapacidade de fazer algo, re-petidamente, recebem de muitos pastores, missionários e evangelistas instruções como: "Agora você precisa dar seu coração a Jesus." Tendo-lhes afirmado que não há nada que possam fazer, em seguida dizem às mesmas pessoas o que necessitam fazer.

4. O resultado? Confusão em torno do Evangelho! O interesse e preocupação das pessoas ficam voltados para dentro de si mesmas e sua própria experiência, em vez de para fora, confiando só na morte, sepultamento e ressurreição de Cristo a seu favor. Os métodos e terminologia usados no evangelismo pelo mundo afora têm distorcido o Evangelho de tal forma que crentes precisam ser instruídos novamente nos fundamentos básicos da obra salvadora de Deus em Cristo, para que sua apresentação do Evangelho seja de acordo com a Palavra de Deus.

5. Embora muitas pessoas tenham sido salvas pela instrumentalidade dos métodos atuais de evangelismo,
muitas outras não têm claramente compreendido o Evangelho. A mensagem que ouviram deu tanta ênfase à participação humana na conversão que a obra concluída e perfeita de Deus e Sua completa provisão em Cristo para pecadores incapazes de salvar-se não foi compreen-dida e crida.

6. Se a atenção das pessoas for voltada para dentro, no que elas mesmas devem fazer, até as que são verdadeiramente salvas muitas vezes terão dúvidas de sua salvação. Uma interrogação surgirá constantemente em seus corações:

 Será que fui sincero o suficiente?
 Será que fiz tudo corretamente?
 Será que realmente aceitei a Cristo?
 Será que verdadeiramente entreguei meu coração a Jesus?"

 7. Ao falarmos com as pessoas precisamos deixar claro que a questão decisiva não é "SE FIZEMOS TUDO CORRETAMENTE OU NÃO”, mas se o SE-NHOR JESUS CRISTO FEZ TUDO CORRETAMENTE POR NOS. SERÁ QUE ELE SATISFEZ A DEUS? Será que NÓS estamos confiando no nosso próprio fazer, ao invés de na obra concluída de Cristo por NÓS?

 O Evangelho não consiste em o homem aceitar Jesus como seu Salvador, mas em Deus ter aceito o Senhor Jesus como perfeito e único Salvador há dois mil anos atrás.
  O Evangelho não consiste no homem entregar seu coração ou sua vida a Jesus, mas em Cristo ter dado Sua vida, todo o Seu Ser, no lugar de pecadores.
 O Evangelho não consiste no homem receber Cristo no coração, mas em Deus ter recebido o Senhor Jesus no Céu como o media-dor de pecadores.
 O Evangelho não é Cristo ter sido entronizado no coração huma-no, mas Deus ter entronizado o Senhor Jesus à Sua destra no Céu.

Será que podemos ver a grande diferença entre essas duas mensagens?

 Uma é subjetiva e dá ênfase ao que o homem precisa fazer.
 A outra é objetiva e dá ênfase ao que Cristo já fez.

Ao pecador basta confiar no que já foi feito por ele. O Senhor Jesus bradou em alta voz, "Está consumado!" Ele fez tudo. Levou sobre Si o fardo do pecado, a responsabilidade total pelo pecado da humanidade. Por Cristo ter pago a dívi-da do pecado por inteiro, Deus O ressuscitou dentre os mortos e O aceitou no Céu.

A RESSURREIÇÃO FOI O SINAL DE DEUS PARA TODOS
DE QUE ACEITOU O SENHOR JESUS CRISTO ETERNAMENTE
COMO O PERFEITO SALVADOR.
8. Deus está satisfeito. O pecador está? Será que ele descansará o peso inteiro da salvação da sua alma na aceitação de Cristo por Deus como o perfeito Salva-dor? Será que o pecador cessará, uma vez por todas, de fazer qualquer coisa para salvar-se a si mesmo? Confiará tão-somente no Filho de Deus para sua salvação? Tem muita gente que chama esse tipo de apresentação do Evangelho de "Crença Fácil". Quando eles apresentam o Evangelho, acham necessário frisar que o pecador precisa tomar sua cruz e seguir a Jesus, bem como coroar a Jesus como Senhor de sua vida. Alguns pregadores acreditam que, pela insistência disso, previnem falsas profissões de fé.

9. O problema das falsas profissões, não se resolve acrescentando exigências ao Evangelho, tais como o pecador prometer seguir, obedecer e sofrer por Cristo. O Evangelho não cobra nada de ninguém. Não se chega a uma con-versão genuína por meio de tais acréscimos, mas através da preparação correta da mente e do coração do pecador para receber o Evangelho. Isso é obra que o Espírito Santo realiza à medida que o pecador ouve e entende pelas Escrituras que está perdido, é incapaz de salvar-se, está sem esperança e no es-tado de condenação perante Deus, que é seu justo, santo Criador e Juiz.

DEPENDÊNCIA EM AÇÕES EXTERNAS E OBSERVÁVEIS

10. Existe outro resultado grave por causa dessa confusão em torno da a-presentação do Evangelho.
Muitas pessoas, cuja salvação é duvidosa, dizem que são crentes, porque em algum ponto nas suas vidas, fizeram o que o pregador lhes disse ser necessá-rio.
 Tomaram sua decisão,
 Atenderam ao apelo, foram à frente
 Seguiram todas as instruções posteriores.

11. Mesmo não tendo evidência de transformação pelo poder de Cristo e vivendo uma vida que revela um espírito não-convertido, ainda refugiam-se no que fizeram. Estão confiando no que fizeram e não no que Cristo fez. Multi-dões de meros "professos" baseiam sua aceitação por Deus no ato de ir à frente, atendendo ao apelo. O fato de grande parte da pregação evangelística ser subjetiva e orientada à experiência, faz com que a atenção do ouvinte focalize a si próprio e à sua recepção pessoal da pregação.

12. Crentes, com euforia, relatam conversões de crianças, adolescentes e adultos, supondo que os tais entenderam o Evangelho e são genuinamente converti-dos simplesmente porque demonstraram uma superficial "decisão por Cristo". Na maioria dos círculos evangélicos é comum pedir que pessoas demonstrem publicamente sua decisão ao lado de Cristo por meio de:
 levantar a mão,
 ficar em pé,

 ou ir à frente e fazer uma oração de aceitação a Cristo.

A maioria dos pregadores do Evangelho e dos crentes dão ênfase ao "APELO" e à recepção externa por parte das pessoas, de tal forma que muitos crentes atual-mente estão convencidos de que essa é uma parte INTEGRANTE e VITAL do ministério da Igreja.

Em certa ocasião, um pregador apresentou o Evangelho com muita clareza, sem entretanto FAZER O FAMOSO APELO ao concluir sua pregação. Após a reunião, uma senhora crente expressou seu desgosto, comentando: — Ele nem deu oportunidade para as pessoas serem salvas!


13. O grande perigo não é dar ou deixar de dar oportunidade para que pessoas expressem publicamente sua fé em Cristo. Aliás, o perigo está presente na ênfase que se dá antes e depois do "APELO", levando pessoas a BASEA-REM SUA SALVAÇÃO EM AÇÕES PESSOAIS, ao invés de o fazer na OBRA DE CRISTO DECLARADA NO EVANGELHO.

14. Há pessoas que usam Romanos 10:9-10 para provar sua alegação de que é necessário uma pessoa fazer uma aceitação verbal para ser salva. Se isso fos-se verdade bíblica, então aquelas pessoas mudas ou doentes a ponto de não poderem falar não poderiam ser salvas. Também teríamos que admitir que se alguém não estivesse acompanhado de outra pessoa a quem pudesse “... com a boca confessar a Jesus como Senhor...", também não poderia nascer de no-vo. Raciocinando desta forma teríamos que afirmar também baseado na primeira parte de Marcos 16:16 que diz: "Quem crer e for batizado será salvo...". que o batismo é necessário para que alguém seja salvo? Claro que não!  A primeira parte desse versículo deve ser interpretada à luz do restante do versículo: “... quem, porém, não crer será condenado." Todas as Escrituras desse tipo precisam ser interpretadas à luz da ênfase inconfundível da Bíblia in-teira — salvação em Cristo é recebida por fé somente e independente de qual-quer ação do homem.
 Um missionário, contou como, há vários anos atrás, obteve certeza de sua salvação. Sua segurança veio inesperadamente no final de uma reunião, quando o pregador pediu que todos os que eram cren-tes levantassem as mãos. Como, na ocasião, esse homem não sabia se era verdadeiramente salvo, desesperadamente tentou manter a mão abaixada, mas ela foi suspendida por uma força fora de si. Ele relatou que, por causa dessa experiência, nunca mais duvidou de sua salvação.

 Outra pessoa contou como ela recebeu a certeza de sua salvação por meio de uma experiência fora do comum. Quando ameaçada por uma ave selvagem que se preparava para atacá-la, ela fitou a ave nos olhos e disse: "Você não pode atingir-me porque sou filha de Deus." Pelo fato da ave não tê-la atacado, a partir daquele momento a mulher teve certeza de que realmente pertencia à família de Deus.

15. Experiências, embora sejam impressionantes por natureza, não devem jamais ser usadas para assegurar a salvação de alguém. Somente a Palavra de Deus deve formar o fundamento para a segurança da salvação. João diz sobre seu Evangelho:

 "Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu nome" (João 20:31).

Cada crente é responsável por assegurar que sua pregação e métodos e-vangelísticos focalizam Cristo, Sua morte, sepultamento e ressurreição como o único fundamento sólido em que os ouvintes podem firmar sua certeza de salvação. Assim como o olho humano não é capaz de auto-contemplar-se, mas vê somente o objeto que está focalizando, também a fé verdadeira permanece fixa só em Cristo.

Jamais podemos aceitar qualquer ação externa de um professo convertido como base para ser aceito como pessoa nascida de novo. A única base bíblica para aceitar o testemunho de salvação de uma pessoa é sua compreensão e fé nas verdades fundamentais do Evangelho.



Extraido do Livro.  Da Criação até Cristo.
de Trevor McIlwain , com umas poucas adaptações
pelo Pr. Nilton Fonseca Ferreira