segunda-feira, 9 de novembro de 2015

RECONSTRUINDO MUROS

            
 As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de Quislev, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, Que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém. E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo. 
                 E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. E disse: Ah! Senhor Deus dos céus, Deus grande e terrível! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos; Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado. De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a Moisés, teu servo. Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos. E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. Eles são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. Então era eu copeiro do rei.

(Nemias 1:1-11)


1.      INTRODUÇÃO – A vida de Neemias tem despertado grande admiração a todos os que a estudam. Possuído de ardente desejo de servir a Deus e a seu povo, PIEDOSO e DEDICADO à ORAÇÃO, dotado de grande energia e determinação, ele tornou-se valioso exemplo para todos os que desejam prestar relevantes serviços a Deus e precisam vencer obstáculos, oposições e antagonismos sem se distraírem, atemorizarem ou se desviarem de seus objetivos. Na historia de Neemias, encontraremos muita inspiração e muito encorajamento. (Neemias 4:1-6) (Nemias 6:1-3) (v.15)

2.      EPOCA DE NEEMIAS – Neemias Viveu no período chamado RESTAURAÇÃO . Cumpridos os 75 anos de cativeiro, conforme as profecias, o povo de Deus começou a regressar à sua terra. A restauração fez-se em três etapas: (1). EM 535, no tempo no tempo do rei Ciro, da Pérsia, sob comando de Zorobabel – sua missão era reconstruir o TEMPLO; (2) Em 458, no tempo do rei Artaxerxes, sob chefia de Esdras, com a missão de reorganizar o ensino da Lei;  (3) em 445, ainda no tempo do rei Artaxerxes, sob chefia de Neemias, com a finalidade de reconstruir os muros de Jerusalém.

3.      NEEMIAS ERA COPEIRO DO REI, quando alguns homens, entre eles um irmão de Neemias, vieram de Jerusalém e lhe relataram que o povo vivia em GRANDE MISÉRIA E DESPREZO , e falaram de como a cidade estava desprotegida e desonrada, com seus muros destruídos (Neemias 1:1-3)

4.      NEEMIAS PÔS-SE A JEJUAR E A ORAR durante vários dias, até que o rei percebeu seu abatimento e, uma vez sabedor da causa, deu-lhe licença para ir a Jerusalém reconstruir os muros. (Neemias 2:6,9)

5.      A OBRA QUE NEEMIAS REALIZOU – A reconstrução dos muros durou 52 dias. Foi uma obra realizada debaixo das maiores pressões e dificuldades. As tribos vizinhas, inimigas de Israel, principalmente horonitas, amonitas e árabes, lideradas respectivamente por SAMBALATE, TOBIAS e GESEM , tudo fizeram para impedir a conclusão dessa obra.

6.      PRIMEIRO  zombaram, mas Neemias orou e não lhes deu importância (Ne. 4:1-6) DEPOIS recorreram a violência, mas Neemias orou, e armou os operários, e pôs guardas que vigiavam constantemente (Ne. 4:15-23)

7.      RECORRERAM ENTÂO A BLANDICIA – Convidaram Neemias para uma conferencia, com o propósito de embosca-lo, mas Neemias mandou lhes dizer que não tinha tempo para gastar com eles (Nemias 6:1-4).

8.      APELARAM então para a intimidação com chantagem. Mandaram lhe dizer que sabiam que ele estava conspirando contra o rei, e lhe ofereceram oportunidade de dialogarem. Neemias simplesmente os chamou de mentiroso e não lhes deu atenção ( Neemias 6:5-9)

9.      FINALMENTE – jogaram pesado. Recorreram a tentativa de desmoralização. SUBORNARAM a Samaías, e este profetizou que iam matar a Neemias, e tentou leva-lo para o interior do templo, para esconder-se. – Não sendo ele sacerdote, estaria transgredindo e ficaria desmoralizado. Neemias percebeu do que se tratava, e respondeu: UM HOMEM COMO EU FUGIRIA? (Neemias 6:10-13)

10.   Pouco depois – dessa obra, Neemias reuniu o povo em Jerusalém e Esdras leu perante todos, a lei de Deus. Então decorridos doze anos, voltou a Babilônia e lá ficou algum tempo e novamente retornou a Jerusalém. Dessa vez, sua obra consistiu em corrigir os abusos introduzidos durante sua ausência, como o da violação do sábado e a tolerância de casamentos de israelitas com estrangeiros. (Neemias cap.13)

11.   ASPECTOS PESSOAIS DE NEEMIAS – Entre as virtudes pessoais de Neemias que fazem dele um grande exemplo, podemos mencionar algumas.  (1) ESPÍRITO DE SACRIFICIO  por temor a Deus e amor ao seu povo. Neemias deixou posição de grande prestigio, riqueza e conforto na Babilônia, para sofrer com seu povo; (2) PIEDADE , Neemias vivia na presença de Deus. Seu primeiro impulso cada vez que confrontava com uma dificuldade era orar. Orou antes de fazer ao rei o pedido de licença para ir a Jerusalém (2:4) orou cada vez que os inimigos tomaram iniciativa contraria a construção (4:4) (4:9) (6:9) (6:14) -  (3) ENERGIA – Neemias era homem dotado de grande capacidade de trabalho. Nada o desanimava e nenhuma dificuldade o fez sequer, atrasar a construção  (4) PRUDENCIA – Antes de viajar para Jerusalém  cercou-se de garantias: cartas do rei aos governadores das terra por onde haveria de passar, escolta armada e recursos materiais; asbia calar-se e não revelar seus desígnios enquanto não estivesse seguro do que faria (2:12-16) Não entrava em diálogo tolo com os inimigos  (5) VISÃO – Neemias soube compreender o valor da obra que estava realizando; (6) HUMILDADE Neemias atribuía tudo quanto fazia a mão de Deus sobre ele, e não aos seus próprios méritos (2:8) (2:12) (6:16) (7:5).

12.   APLICAÇÃO – Como Neemias, enfrentamos muitos obstáculos para realizarmos a obra de Deus. Zombam de nos, perseguem-nos, caluniam-nos, tentam nos intimidar e desmoralizar. Sigamos o exemplo de Neemias: ORAÇÃO, PRUDENCIA, CORAGEM e DETERMINAÇÃO.

13.    O que animava Neemias, entre outra coisas, era a consciência de estar realizando uma grande obra, e a consciência de que fazia a vontade de Deus. Se não valorizarmos o serviço que prestamos a Deus, como poderemos ser firmes em sua realização?

14.   E finalmente, Neemias não era mestre, como Esdras. Por isso reuniu o povo em Jerusalém e deixou que Esdras os instruíssem na Lei.  Precisamos reconhecer nossas limitações e buscar a cooperação de outros, em suas especialidades para o trabalho do Senhor. Encerro este artigo querido leitor com estas palavras do livro de Cronicas:


         "Esforçai-vos e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa (II CRÔNICAS 15:7)".


Autor: Nilton Fonseca Ferreira
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terça-feira, 7 de julho de 2015

SOCIEDADE SEM PECADO


          O Pr. John Mac Arthur no prefacio de seu livro SOCIEDADE SEM PECADO, publicado aqui no Brasil pela editora Cultura Cristã, escreve o que se segue, que desejo compartilhar com os leitores deste meu Blog.
Vivemos numa cultura que elevou o orgulho ao status de uma virtude. A sociedade atual nos incentiva a buscar auto-estima, sentimentos positivos e dignidade pessoal. 
Ao mesmo tempo, a responsabilidade moral esta sendo substituída pelo vitimismo, que ensina as pessoas  a culparem outro pelos seus fracassos e iniquidades pessoais. Na verdade, os ensinos bíblicos sobre a corrupção humana, o pecado, a culpa, o arrependimento e a humildade não são compatíveis com quaisquer dessas ideias.

 A igreja tem sido por demais propensa a aceitar os modismos da opinião secular especificamente no que se refere a psicologia e a auto-estima. Os cristãos meramente repercutem o pensamento do mundo quanto a psicologia da culpa e a importância de sentir-se bem a respeito de si mesmo. O efeito prejudicial disso na vida da igreja dificilmente pode ser subestimado.  Em nenhuma outra área houve mais prejuízos do que no modo com que os cristãos professos lidam com o próprio pecado. Há duas décadas, no mínimo, pregando aos cristão pelos pais, observei o desenvolvimento dessa tendência desanimadora. A igreja como um todo está se tornando cada vez menos preocupada com o pecado, e mais obsecada com a auto-insenção e a auto-estima.  Rapidamente os cristãos estão perdendo a visão do pecado como a raiz de todos os males. Explicitamente, muitos cristãos estão negando que seu próprio pecado seja a causa de suas angustias. Cada vez mais estão tentando explicar o dilema humano em termos totalmente não-bíblicos; temperamento, vícios, famílias desestruturadas, a criança interior, co-dependência e uma grande quantidade de outros mecanismos irresponsáveis de fuga promovidos pela psicologia secular. O impacto potencial de tal tendência é estarrecedor.  Afaste a realidade do pecado e você eliminará a possibilidade de arrependimento. Anule a doutrina da corrupção humana e você invalidará o plano de salvação. Apague a noção da culpa pessoal e você eliminará a necessidade de um Salvador. Destrua a consciência humana e você levantará um geração imoral e irredimível. A igreja não pode se juntar ao mundo nesse empreendimento completamente satânico. Agir assim é destruir o verdadeiro evangelho que fomos chamados a proclamar.  

terça-feira, 19 de maio de 2015

EXODO DEUSES E REIS

Êxodo, de Ridley Scott
ESCRITO POR NIVALDO CORDEIRO | 12 MAIO 2015
ARTIGOS - CULTURA




Estas maravilhas relatadas no livro aconteceram e foram para mostrar que, quem conhece Javé, não pode compactuar e nem se submeter ao Estado idólatra.
  
Seu eu não fosse leitor assíduo da Bíblia e desconhecesse o livro do Êxodo, até teria gostado da leitura feita por Ridley Scott no seu recente filme Êxodo – Deuses e Reis. Bela fotografia, Christian Bale está soberbo no papel de Moisés, a cenografia recria ricamente as cidades egípcias, sua periferia escravizada composta por israelitas; a recriação do processo produtivo das construções de monumentos é bastante convincente.

Christian Bale conseguiu fazer um Moisés viril, destemido, nobre. Sua função de líder enviado por Deus o tornou uma figura símbolo fortíssima e Bale soube dar dignidade ao personagem. Um sacerdote e um guerreiro, um profeta, assim fez Bale retratar esse personagem, muito rente ao texto. Gostei de como foi apresentado o seu encontro com a família de sua esposa, mostrando como se vivia e se viajava e se dava abrigo a estrangeiros naqueles tempos. Moisés foi também um peregrino vindo dos desertos.

[Não pude deixar de ter uma inveja profunda dos povos que viveram naqueles duros, mas nos quais se podia ser integral. A vida do pastoreio, o céu estrelado, a poesia e o espanto que se retirava da paisagem eram uma realidade imediata.  A técnica moderna nos libertou de muitos sofrimentos e provações de trabalho, mas nos retirou algo inestimável.]

Mas acontece que eu leio a Bíblia e não posso deixar de dizer que o filme é um disparate, partindo de um roteiro que modifica o texto da Bíblia e o faz de uma maneira perversa. O livro do Êxodo é central na história da Salvação, sendo caríssimo a judeus e cristãos. O filme é um insulto porque se percebe a má fé de um diretor que não tem fé, que quis adaptar as maravilhas relatadas no texto a um viés materialista, como se o texto fosse mentiroso ou falso. Moisés existiu, ele deu eixo para o judaísmo e trouxe uma novidade histórica: o confronto entre Deus e o Estado, senhor desse mundo. Deus é a única força capaz de confrontar o poder dos faraós de todos os tempos.

As maravilhas relatadas no livro aconteceram e foram para mostrar que, quem conhece Javé, não pode compactuar e nem se submeter ao Estado idólatra. Libertar o povo oprimido do Egito é um símbolo poderoso, pois é a própria libertação do homem da submissão a Baal. Relata o enfrentamento do bem contra o mal. Esse símbolo poderoso não fala apenas dos tempos épicos dos judeus no Egito, fala de nós mesmos e de cada geração que viveu desde então. É preciso sempre e sempre libertar o povo do Egito, que é apenas uma metáfora para falar do Estado. É preciso sempre e sempre recuperar, a cada período, a tábua da Lei eterna.

No século XX vimos as consequências do que significa o crescimento de Baal, o ídolo estatal. Tanto o nazismo como o comunismo são modernas formas de se recriar a tirania do Faraó. É um padrão histórico. Vimos que o custo para se libertar desse ídolo é imenso, quando contadas as vítimas e a destruição que ficou pelo caminho.

O filme mente de muitas formas, a começar por eliminar da história o cajado do pastor que foi Moisés, instrumento de Deus para mostrar seu poder, transformado na espada, instrumento recebido do próprio Baal. Um diretor de cinema que renega o próprio texto que dá base ao roteiro perde o respeito instantaneamente do público qualificado. O cinema não pode se transformar em narrativas fantasiosas que modificam o texto, sobretudo quando se trata de matéria religiosa. Na Bíblia, temos narrativas que são a expressão da verdade histórica e sobre as quais não cabe qualquer tipo de interpretação que as modifique e apequene. Ridley Scott já fez isso no seu malfadado Cruzada, que tanto detestei.

O filme mente ao narrar a maravilha do mar se abrir para a passagem do povo hebreu. Não consigo deixar de comparar com o que fez Cecil B. DeMille no maravilhoso filme de 1956, Os Dez Mandamentos. Lá vimos a recriação cinematográfica fiel ao que está na Bíblia. Não foi um simples e lógico abaixamento da maré que permitiu a fuga, a passagem, mas o imenso poder de Deus, que tudo pode.

Outra falsificação grosseira foi mostrar Moisés esculpindo as pedras da Lei, quando o texto bíblico é explícito em dizer que Deus ele mesmo é que o fez. Na Bíblia, Moisés escreve as leis somente depois que as pedras grafadas por Deus foram quebradas.

Mas a maior das falsificações está na introdução do personagem infantil que fala pela boca de Deus. Não tem cabimento, porque na Bíblia não há intermediários entre Deus e Moisés. Esse absurdo torna o filme uma blasfêmia, uma difamação do nome de Deus. Torna o filme um lixo a ser evitado. Faz da história uma narrativa tão falsa como se o diretor fosse o próprio satanás encarnado, contando suas mentiras. O filme desinforma os espectadores menos letrados nas coisas bíblicas e pegos desprevenidos. É lixo.

A ideia de usar a imagem de uma criança para retratar Deus nasceu certamente da leitura da obra de Jung, o psicólogo. Ele escreveu em muitos lugares, mas sobretudo no famoso Resposta a Jó, que a psicologia de Javé era a de um menino mimado. Obviamente Jung estava errado, pois não viu que a narrativa tinha que ser compatível com o que aconteceu e o que aconteceu precisava acontecer e Deus precisava fazer o que fez para libertar o seu povo do Faraó-Estado.
            Esse filmeco não passa de uma sonora blasfêmia. Como o Cruzada, do mesmo diretor.

FONTE: MÍDIA SEM MASCARA

http://nivaldocordeiro.net/